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“Houve incompetência e ineficiência” na compra das vacinas, diz Wajngarten, ex-chefe da Secom

Da Veja

Ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O publicitário Fabio Wajngarten conheceu Jair Bolsonaro em 2016, num jantar na casa de Meyer Nigri, dono da construtora Tecnisa, em São Paulo. Na época, o então deputado já estava em plena campanha presidencial, embora quase ninguém levasse isso muito a sério. Empresário da área de comunicação, Wajngarten foi imediatamente fisgado pelas propostas do ex-ca­pitão, que prometia operar grandes transformações no Brasil, principalmente na área de costumes. (…)

Depois de quase dois anos, Wajngarten deixou a Secom, no mês passado, no ápice da crise sanitária que já matou mais de 380 000 brasileiros. Oficialmente, sua demissão foi atribuída à necessidade de reconstruir a relação desgastada do presidente com a imprensa. Mas esse não foi o motivo principal. Durante meses, o ex-secretário travou um intenso duelo com o ex-mi­nistro da Saúde Eduardo Pazuello. Wajngarten apontava o general e a equipe dele como responsáveis diretos pelo atraso da vacinação contra a Covid-19 (…)

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Volto a insistir: se o presidente autorizou, seus principais auxiliares concordaram e o acordo não aconteceu, o que explica isso? Incompetência e ineficiência. Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando uma negociação que envolve cifras milionárias e do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é isso que acontece.

O senhor está se referindo ao ex-mi­nistro Eduardo Pazuello? Estou me referindo à equipe que gerenciava o Ministério da Saúde nesse período.

(…)