Apoie o DCM

Huck corre para apagar fotos com Accioly, empresário acusado no MPF de receber propina em nome de Aécio

Huck e Accioly na inauguração da Bodytech

Luciano Huck já mandou sua equipe apagar de suas redes sociais todas as fotos com o amigo Alexandre Accioly.

O empresário e compadre de Aécio Neves será investigado pelo Ministério Público Federal.

A PF interceptou ligações entre o tucano e um tal “Moreno”, que as autoridades identificam como Accioly.

Um dos indícios é que Aécio se identifica ao telefone como o “dindo” da criança que atende.

Accioly já havia sido citado por um delator da Odebrecht como dono de uma conta em Cingapura na qual teriam sido feitos depósitos de propina destinados a Aécio.

As duas conversas aconteceram entre os dias 29 e 30 de abril.

Em uma conversa aparentemente cifrada, segundo a PF, o tucano conversa sobre um “passeio de moto” e “motoqueiros malucos”:

Aécio Neves: Deixa eu te falar, cara. Não sei se vai ser simples… mas eu precisava que você tentasse dar uma procurada lá na… naquele negócio do passeio de moto, sabe?

Moreno: Unhum

Aécio Neves: Naquela organização que a gente ia fazer em julho.

Moreno: Unhum.

Aécio Neves: É. Porque… você viu nos jornais hoje?

Moreno: Mais ou menos. Uma parte sim, outras… algumas outras coisas aí.

Aécio Neves: É não. É não. Tem uns negócios listados que o cara ia ser o guia, sabe? [inaudível]

Moreno: Unhum. Sei.

Aécio: Procurou para… pra fazer o roteiro, entendeu? Ainda…

Moreno: Tá.

Aécio Neves: E eu tô sem nenhuma…sabe… informação que, que por conta daquelas coisas, daqueles malucos lá, sabe?

Moreno: Unhum.

Aécio Neves: Aqueles motoqueiros malucos que falaram qualquer coisa. Em vez de chamar, eles resolveram se antecipar, sabe?

Aécio se despede mandando saudações às três meninas de “Moreno”, que seriam suas filhas.

O relatório da PF indica que os termos “motoqueiros malucos” e “passeio de moto” seriam alusivos à informação publicada naquele dia de que executivos da Andrade Gutierrez teriam se adiantado a uma convocação do MPF para explicar as suspeitas de pagamento de propina referente às obras da usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.

Para a PF, motoqueiros seriam os “delatores” e “passeio de moto” seria a delação.