Ibama diminui uso de helicópteros na Amazônia e demite chefe que criticou medida
Do Estadão

Mesmo alertado internamente sobre prejuízo na fiscalização, o Ibama decidiu reduzir o número de helicópteros que aluga para vigiar o desmatamento e as queimadas na Amazônia. Por determinação do Ministério do Meio Ambiente para diminuir gastos, o órgão passará a contar com quatro aeronaves para auxiliar na vigilância de uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados. Atualmente, são seis.
O responsável pelo setor alertou que as reduções trariam consequências graves para o trabalho de fiscalização. Ele foi exonerado uma semana depois de encaminhar uma série de ofícios nesse sentido. Os seis helicópteros são utilizados para fiscalizar todo o País, não apenas a Amazônia. Nesta época do ano, quando os incêndios proliferam na região Norte, as horas de voo dos equipamentos aumentam significativamente.
Essas aeronaves não são próprias, mas alugadas por meio de contratos anuais. Sob o argumento de que é preciso reduzir os gastos, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, determinou ao Ibama que faça mais cortes, limitando o aluguel a somente quatro aeronaves, porque o orçamento dos helicópteros não pode ultrapassar o custo anual de R$ 60 milhões.
O Estadão apurou que o chefe do Centro de Operações Aéreas do Ibama, Everton Almada Pimentel, fez diversos alertas à diretoria do órgão ambiental nos últimos dois meses sobre o prejuízo que essa redução traria ao trabalho. Desde 2015, o Ibama opera com seis aeronaves, uma quantidade que, segundo técnicos ouvidos pela reportagem, já é o mínimo que precisa para tocar o dia a dia das operações de logística e de fiscalização, dada a dimensão da Amazônia. (…)