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Idade Média? Grécia aprova jornada de trabalho de 13 horas e revolta população

Trabalhadores protestam contra jornada de 13 horas de trabalho na Grécia. Foto: Divulgação

O Parlamento da Grécia aprovou uma lei que permite jornadas de trabalho de até 13 horas diárias em situações excepcionais, provocando reação de sindicatos e partidos de oposição. A medida, apresentada pelo governo conservador, foi debatida por dois dias e gerou protestos em todo o país.

As centrais sindicais classificaram a reforma como “digna da Idade Média” e organizaram duas greves gerais neste mês, a mais recente com milhares de manifestantes nas ruas de Atenas. O partido de esquerda Syriza se recusou a participar da votação e chamou a proposta de “monstruosidade legislativa”.

O governo, porém, sustenta que a nova regra é opcional, se aplica apenas ao setor privado e poderá ser usada por no máximo 37 dias por ano. Ainda assim, críticos afirmam que, na prática, a medida permitirá abusos e aumentará o risco de demissões para quem se recusar a aceitar as novas condições.

A reforma também amplia a possibilidade de trabalhadores acumularem jornadas longas com um único empregador, algo já comum entre aqueles que mantêm mais de um emprego. O governo argumenta que a medida trará flexibilidade ao mercado e ajudará na recuperação econômica, que ainda enfrenta salários baixos e alta informalidade, mesmo após a crise financeira que abalou o país há mais de uma década.