Igreja é interditada por culto com aglomeração e fiéis sem máscara no litoral de SP

Imagem: Reprodução
A sede da Igreja Pentecostal União Cristã, a Ipuc, em Peruíbe, litoral de São Paulo, foi interditada na noite de sábado (20) durante um culto que reunia cerca de 50 pessoas, muitas com máscaras no queixo e outras sem qualquer tipo de proteção, em um espaço de cerca de 40 metros quadrados.
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A cena foi registrada em uma live postada nas redes sociais pelo apóstolo Luiz Augusto Ferraz, dirigente da Ipuc. A interdição resultou em um protesto com novas aglomerações de fiéis na manhã de hoje, em frente à Prefeitura de Praia Grande, onde fica a matriz da igreja. Ferraz chegou a questionar que, se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é visto sem máscara, eles também poderiam fazer o mesmo.
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“Já havíamos recebido denúncias dias antes a respeito dessa igreja, que funciona no bairro Jardim Brasil”, contou ao UOL Christian Rodrigues, diretor do Departamento Municipal de Fiscalização de Posturas. “No sábado, montamos uma força-tarefa com equipes da GCM (Guarda Civil Municipal), Polícia Militar e Vigilância Sanitária e partimos para o local”.
Ao chegarem à sede da igreja, os agentes encontraram os fiéis aglomerados, em pleno culto, sob o comando do apóstolo Luiz Augusto Ferraz. “Era muita gente apinhada em um espaço tão pequeno. Foi impressionante. A pedido do pastor, aguardamos o final do culto e depois multamos e interditamos a igreja. Segundo o decreto estadual que versa sobre a Fase Emergencial, os cultos deveriam ter sido suspensos”.
Rodrigues conta que os fiéis se revoltaram com a interdição e que o próprio dirigente da Ipuc, o apóstolo Ferraz, justificou a atitude de manter a aglomeração com uma indagação que o deixou surpreso: “Se o presidente Jair Bolsonaro não usa máscara, por que a gente tem que usar?”.
A igreja foi multada por aglomeração durante a Fase Emergencial do Plano SP e também por estar realizando evento religioso sem a devida permissão dos órgãos públicos. As multas, somadas, chegam a R$ 5.950,00. Ao assinar a intimação, o pastor reclamou do decreto estadual. “Tem que pensar bem antes de colocar uma lei, um decreto para fechar tudo… Ninguém pode sair na rua… Eles querem matar o povo psicologicamente? Nós vamos entrar com uma liminar para abrir a igreja novamente”.
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