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Igreja Universal foi usada para ocultar R$ 6 bilhões, aponta MP

Do Correio Braziliense

Foto: IURD Angola/Divulgação

O Ministério Público do Rio de Janeiro aponta movimentações suspeitas de R$ 6 bilhões na Igreja Universal do Reino de Deus no estado. As suspeitas surgiram durante as investigações contra a organização criminosa que seria chefiada pelo prefeito Marcelo Crivella, preso na manhã desta terça-feira (22). Relatórios de inteligência financeira apontaram as transações.

Crivella é acusado de integrar um esquema criminoso que consistia no repasse de propina de empresários para a prefeitura da cidade. Os pagamentos ocorriam para que os executivos obtivessem vantagens em contratos públicos e no pagamento de dívidas.

Na denúncia oferecida à Justiça, à qual o Correio teve acesso na íntegra, o Ministério Público suspeita que a instituição religiosa foi utilizada para lavar dinheiro.  “E ainda com relação à lavagem de dinheiro, chamam a atenção as estreitas relações religiosas mantidas entre o Prefeito Marcelo Crivella, Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Mauro Macedo, primo do fundador da referida Igreja, e Eduardo Benedito Lopes, Bispo da mesma Igreja, em cotejo com o Relatório de Inteligência Financeira n.º 42.938, mediante o qual foi identificada e comunicada movimentação financeira anormal no âmbito daquela instituição religiosa, na ordem de quase seis bilhões de reais no período compreendido entre 05/05/2018 e 30/04/2019, o que sugere a indevida utilização da Igreja na ocultação da renda espúria auferida com o esquema de propinas, até porque, como já observado, Mauro Macedo e Eduardo Benedito Lopes, ao lado de Rafael Alves, foram identificados como os operadores financeiros do grupo criminoso, ocupando, por assim dizer, o chamado “1º escalão”, afirma o Ministério Público. (…)