Indigenista diz que Dilma cede mais a ruralista que militares
O filósofo Márcio Santilli, 58 anos, 30 deles trabalhando com a questão indígena, diz que o Brasil não suporta mais as pendências na demarcação das terras indígenas. “Deixar de demarcar é represar o conflito e permitir que exploda com mais violência depois”, diz.
Ele critica a gestão Dilma Rousseff: “É um governo permeável à pressão ruralista, o que desequilibra a correlação de forças. Mais permeável do que foi o governo militar.”
Sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA), ONG reconhecida pelo trabalho com povos indígenas, ele rebate o dito ruralista de que no Brasil “há muita terra para pouco índio”, com um raciocínio que termina em “no Brasil há muita terra para pouco fazendeiro”.
Ex-presidente da Funai, Santilli, diz que o órgão sempre foi “a Geni da República” e que não há como fazer um trabalho com tanta demanda sem recursos, técnicos e mecanismos de indenização.
O indigenista explica por que o Congresso “dará um tiro no pé” se trouxer para si o processo de demarcação e critica a nova proposta do Ministério da Justiça. Embora veja o caso dos guaranis-kaiowas no Mato Grosso do Sul como o “exemplo mais gritante de omissão histórica do Estado”, diz que há solução.
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