Índios acusam polícia de cobrar propina para liberar garimpo no Pará
Índios kayapós acusam policiais civis e militares do Pará de cobrar propina para liberar o garimpo ilegal de ouro nos limites da Terra Indígena Kayapó, no município de Ourilândia do Norte, no sudeste paraense.
A denúncia foi feita na quarta-feira da semana passada (23 de julho) em uma reunião entre líderes kayapós e autoridades na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Tucumã, município vizinho a Ourilândia do Norte.
A região enfrenta um surto de garimpo que tem poluído rios e destruído vastas áreas de floresta em um dos últimos redutos de mata nativa no sudeste do Pará.
“A PM e a Civil vão toda sexta no rio Branco e no rio Fresco para receber um grama e meio (de ouro) por cada balsa”, disse, na reunião, o cacique Niti Kayapó, da aldeia Kikretu.
Segundo a Funai, os garimpeiros operam nos dois rios cerca de 90 balsas. Os equipamentos reviram o solo dos rios em busca do metal.
Levando em conta o preço atual do grama do ouro (R$ 93), a coleta renderia à polícia, segundo a denúncia, R$ 12.510 por semana, ou cerca de R$ 50 mil por mês.
O cacique não informou se o valor era dividido entre as polícias Civil e Militar ou se cada uma arrecadava esses valores individualmente.
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