Índios planejam grandes protestos durante o Mundial
Grupos indígenas pretendem aproveitar a visibilidade que a Copa do Mundo dará ao Brasil para protestar em diferentes pontos do país.
Há ações previstas em ao menos três Estados que receberão jogos do torneio – São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul –, além de manifestações em outras regiões.
Nas mobilizações, em que cobrarão do governo federal a retomada dos processos de demarcação de terra paralisados e pressionarão por outras bandeiras (saiba mais abaixo), os índios poderão se associar a outros movimentos para ampliar a projeção nacional dos atos.
As manifestações tiveram uma prévia no fim de maio, quando cerca de 500 índios se uniram a centenas de trabalhadores sem teto em Brasília. Houve confronto entre manifestantes e a polícia, e um policial teve a perna flechada.
Nesta semana, um pequeno grupo de indígenas participou de outro protesto em Brasília. Dezesseis membros do povo xakriabá, de Minas, se uniram a 200 integrantes de outras comunidades tradicionais em defesa da preservação das áreas remanescentes de cerrado.
Durante a Copa, porém, os principais protestos de indígenas deverão se concentrar no Sul e Sudeste do país.
Um dos líderes do povo kaingang, da região Sul, o cacique Roberto dos Santos diz que uma reunião nesta semana definirá como se darão os protestos na região.
“Não vamos deixar a Copa acontecer baratinho, em vista do sofrimento das sociedades indígenas”, ele diz à BBC Brasil.
Segundo o cacique, os índios poderão protestar nas cidades da região que receberão jogos (Porto Alegre e Curitiba) ou em estradas.
“Temos a proposta de congelar a região Sul, bloqueando todos os seus acessos por via terrestre.”
SAIBA MAIS