Inflação surpreende até presidente do Banco Central: “Está muito alta”

Na segunda-feira (11), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a inflação oficial de março foi uma “surpresa” para a instituição. O valor, calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), foi o maior registrado para o mês desde 1994.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acelerou 1,62%, após alta de 1,01% em fevereiro. Trata-se da maior inflação mensal desde janeiro de 2003 (2,25%).
“Me causou até alguma surpresa, a gente tinha mencionado que estava vendo uma velocidade da passagem do combustível para a bomba um pouco mais rápida, e que esse próximo índice seria um pouco maior e o próximo [abril] um pouco menor. Em parte foi isso, mas tiveram outros elementos, como vestuário e alimentação fora do domicílio, que vieram uma surpresa grande”, declarou Campos Neto durante palestra.
“A realidade é que nossa inflação está muito alta, o núcleo está muito alto”, reconheceu o presidente do Banco Central.
Inflação dispara e atinge maior nível em março desde 1994
A inflação registrada em março de 2022 foi a maior dos últimos 28 anos no mês. Agora, o índice acumula alta de 3,2% no ano. Nos últimos doze meses, o valor foi de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos doze meses anteriores e dos 10,06% registrados em 2021.
O IBGE constata que os principais fatores que contribuem para o aumento dos preços são as altas nos transportes (3,02%) e nos alimentos (2,42%). A meta para inflação neste ano é de 3,50%. No entanto, só nos primeiros três meses do ano, o acumulado já chega próximo deste patamar. Esse é o Brasil do governo Bolsonaro.