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Inteligência artificial está “apodrecendo” cérebros, diz estudo

Ilustração de cérebro sendo trocado por IA

Uma pesquisa da Wharton School revela que pessoas que usam resumos de inteligência artificial para tarefas de redação produzem conselhos mais genéricos e menos úteis. No estudo, participantes que consultaram o Google tradicional elaboraram recomendações detalhadas sobre saúde, enquanto os que usaram IA sugeriram apenas orientações óbvias como “coma saudável” e “beba água”. “Estou bastante assustada, para ser sincera”, disse a professora Shiri Melumad, responsável pelo experimento.

O fenômeno preocupa educadores no contexto do “brain rot” (apodrecimento cerebral), termo eleito como palavra do ano em 2024 pelo Oxford English Dictionary. A expressão descreve o estado mental deteriorado pelo consumo excessivo de conteúdo digital de baixa qualidade. A desconfiança acadêmica sobre o impacto da IA na aprendizagem surge quando os Estados Unidos registram declínio recorde em compreensão de leitura entre estudantes.

Novas evidências científicas reforçam a conexão entre tecnologia e desempenho cognitivo. Um estudo recente com pediatras encontrou correlação entre uso de redes sociais e pior desempenho em testes de leitura, memória e linguagem entre crianças. Os resultados aparecem na primeira avaliação educacional pós-pandemia, período que aumentou significativamente o tempo de tela entre jovens.

Especialistas alertam que a dependência de ferramentas de IA para pesquisa e redação pode comprometer habilidades cognitivas essenciais. A professora Melumad expressa preocupação especial com as gerações mais jovens: “Estou preocupada com os mais jovens que já não sabem como fazer uma pesquisa tradicional no Google”.