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“Intercept tem 0,56% do arquivo total apreendido pela operação Spoofing”, diz Demori

Leandro Demori ao lado de Glenn Greenwald – Foto: Reprodução

Leandro Demori, editor-executivo do The Intercept, foi às redes sociais, nesta segunda-feira (1º), explicar que o portal tem um acervo de apenas 0,56% do arquivo total apreendido pela Operação Spoofing.

Hoje, o ministro  Ricardo Lewandowski, do STF, determinou a retirada do sigilo da ação que tramita na Corte na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve acesso a mensagens da operação – o que corresponde a 50 páginas de conversas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol sobre a Lava Jato.

Segundo Demori, Lula ‘tem em mãos até o momento: 740GB. Isso corresponde a cerca de 10% do total da Spoofing’.

“As mensagens da Spoofing, custodiadas pelo Estado brasileiro, são muito bem-vindas. Elas corroboram – com perícia – um ano e meio do trabalho dos nossos jornalistas sobre a escancarada imparcialidade de Sérgio Moro e as evidentes ilegalidades dos procuradores da Lava Jato”, afirmou.

Leia abaixo a thread publicada pelo jornalista:

Informações relevantes sobre o arquivo da Vaza Jato e o arquivo da operação Spoofing.

Tamanho do arquivo da Vaza Jato: 43,8GB Tamanho do arquivo da operação Spoofing: 7TB O que isso significa? Que o Intercept tem um acervo que corresponde a 0,56% do arquivo total apreendido pela Spoofing.

O que a defesa do ex-presidente Lula tem em mãos até o momento: 740GB. Isso corresponde a cerca de 10% do total da Spoofing.

Resumo do tamanho dos acervos: Spoofing: 7TB Defesa de Lula (até agora): 740GB Vaza Jato: 43,8GB.

A defesa de Lula diz que tem, em sua posse, até o momento, 5.564.269 itens. O arquivo da Vaza Jato tem 768.806 itens.

Divulgar detalhes técnicos sobre arquivos é sempre um risco. Jornalistas evitam esse tipo de publicidade. Mas decidimos dar luz a esses números para debelar especulações e ilações de má fé que têm surgido após o vazamento de trechos da Spoofing.

Com nosso arquivo, publicamos 105 reportagens até agora. – juntamente com nossos parceiros @agenciapublica @folha @elpais_brasil @UOL @reinaldoazevedo (

@radiobandnewsfm@BuzzFeedNewsBR @VEJA

Dezenas de jornalistas tiveram acesso à íntegra do material. Com busca livre, usaram incontáveis horas de investigação para encontrar chats de interesse público. Sem exceção, os chats foram confrontados com fontes externas, contextos, checagem e leitura legal. Jornalismo, enfim.

Muitas reportagens nos tomaram meses de trabalho, como a série sobre a Lava Jato e o FBI (prêmio @Vladimirherzog junto com @Agenciapublica), que só foi publicada graças a um novo set de documentos que chegou ao Intercept depois da Vaza Jato.

Jornalismo é um trabalho artesanal, demorado, difícil e arriscado. Nunca publicamos – e nem publicaremos – conversas soltas, sem contexto e sem apuração.

Nunca especulamos sobre nosso arquivo. Não iremos especular sobre o material da Spoofing, ao qual não temos acesso. O Intercept atesta a veracidade e a integridade apenas do material que publica em suas reportagens, em suas redes e através dos parceiros já conhecidos.

As mensagens da Spoofing, custodiadas pelo Estado brasileiro, são muito bem-vindas. Elas corroboram – com perícia – um ano e meio do trabalho dos nossos jornalistas sobre a escancarada imparcialidade de Sérgio Moro e as evidentes ilegalidades dos procuradores da Lava Jato.

Que alguns ministros do STF comecem, enfim, a tomar vergonha na cara.

https://twitter.com/demori/status/1356362344960503808