Intoxicação exógena: a causa da morte de PM e empresária em banheira de 50°C no motel

A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu que a empresária Ana Carolina da Silva e o policial militar Jeferson Luiz Sagaz morreram por intoxicação exógena, após serem encontrados sem vida em um motel de São José (SC). Segundo o Ministério da Saúde, o termo se refere a reações provocadas por substâncias externas ao corpo, como álcool, drogas, medicamentos ou venenos, que podem causar sintomas graves, adoecimento e até morte. No caso do casal, exames apontaram uso de álcool e cocaína aliado à alta temperatura da banheira, que chegou a 50 °C.
De acordo com a Polícia Científica, os dois apresentaram sinais de intermação, quadro de hipertermia causada pelo calor, associado à desidratação intensa, colapso térmico e falência orgânica. “O uso da cocaína, que por si só já poderia provocar torpor e até coma, somado ao álcool em doses elevadas, aumenta o risco. Nesse estado, a pessoa não percebe a temperatura elevada e perde a capacidade de reação”, explicou Fernando Oliva da Fonseca, diretor de Medicina Legal. O inquérito foi encerrado sem indícios de violência externa.
A família de Ana Carolina, no entanto, contestou a conclusão e divulgou nota afirmando que ela não era usuária de drogas. “Levantamos a séria preocupação de possível ingestão forçada ou envenenamento e exigimos investigação rigorosa, transparente e imparcial”, destacou o texto. Para os familiares, o objetivo é preservar a memória da empresária e garantir que a verdade prevaleça diante das especulações.