Inventor do fuzil Kalashnikov morre lamentando que criminosos de todo tipo usem sua arma
O inventor do fuzil Kalashnikov (também conhecido como AK-47), o russo Mikhail Kalashnikov, morreu nesta segunda-feira na Rússia aos 94 anos sem nunca ter aceitado responsabilidade pelas milhares de mortes causadas pela sua invenção.
Nascido em 1919, quando a Rússia ainda era palco da Guerra Civil que se seguiu à revolução bolchevique de 1917, Mikhail Timofeyevich Kalashnikov foi convocado em 1938 para integrar o Exército Vermelho.
Logo ele passaria a usar seu talento de projetista para melhorar a eficiência de armas e equipamentos usados por regimentos de tanque soviéticos.
O trabalho na criação que lhe daria fama internacional começou depois que um soldado reclamou com ele, questionando como os soviéticos não tinham uma arma com a mesma eficiência das usadas pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.
Ele concluiu o desenvolvimento do Kalashnikov em 1947, e, dois anos depois, o fuzil passou a ser usado pelo exército soviético.
Com seus característico pente curvado, a Kalashnikov logo se tornou um ícone revolucionário nas mãos de militantes e insurgentes ao redor do mundo.
Kalashnikov continuou trabalhando até depois dos 80 anos como projetista-chefe da empresa Izhevsk, que foi a primeira a fabricar o AK-47.
Ele recebeu muitas homenagens e comendas, incluindo a Ordem de Lênin e a de Herói do Trabalho Socialista.
Mas o orgulho por sua invenção vinha misturado pela tristeza pelo seu uso por criminosos e crianças-soldado.
“É doloroso para mim ver elementos criminosos de todo tipo usando minha arma”, disse Kalashnikov em 2008.
Porém, o russo alegava não ter ganhado muito dinheiro com a arma.
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