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Investigação no STF sobre intervenção de Bolsonaro na PF para ajudar filho é prorrogada mais 90 dias

O presidente Jair Bolsonaro é acusdo de interferir no trabalho da Polícia Federal Foto: Alan Santos/PR

De André de Souza no Globo.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias o inquérito aberto para apurar se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da Polícia Federal (PF). As acusações foram feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que deixou o governo em abril e também é investigado no inquérito.

Moraes, que  é o relator do caso, considerou dois pontos na sua decisão. O primeiro é o fato de que ainda não há uma definição do STF sobre a forma como Bolsonaro prestará depoimento: se por escrito ou presencialmente. Em segundo lugar, ele levou em conta a proximidade do recesso do STF, que começa no fim deste mês. A Corte retorna normalmente aos trabalhos apenas em fevereiro.

A defesa do presidente chegou a pedir que ele deixasse de prestar depoimento. Mas, na semana passada, Moraes negou o pedido. Ele ponderou que o tribunal, em julgamento no plenário, ainda definirá como será o depoimento. Moraes também solicitou urgência ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, para marcar uma data para isso.

O julgamento sobre como será o depoimento do presidente começou em 8 de outubro, quando o ex-ministro Celso de Mello, que era o relator do inquérito antes de Moraes, votou para obrigar Bolsonaro a prestar esclarecimentos presencialmente. O julgamento foi interrompido, e, pouco depois, Celso se aposentou.

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