Irã prevê ‘vingança divina’ depois de execução de clérigo na Arábia Saudita
Da Reuters:
Manifestantes iranianos invadiram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã no início deste domingo, e um dos principais líderes muçulmanos xiitas do Irã previu uma “vingança divina” por conta da execução de um proeminente clérigo xiita pela Arábia Saudita.
O discurso duro vindo de Teerã também foi adotado por aliados xiitas do Irã na região, com Sayyed Hassan Nasrallah, líder da milícia libanesa Hezbollah, descrevendo a execução como “uma mensagem de sangue”. Moqtada al-Sadr, um clérigo xiita iraquiano, fez um chamado por protestos indignados.
As diferenças entre o revolucionário, majoritariamente xiita, Irã e o conservador reino sunita da Arábia Saudita são há anos intensas, uma vez que eles apoiam forças divergentes em guerras e conflitos políticos no Oriente Médio, e costumam ter tendências sectárias.
No entanto, a execução no sábado do clérigo cuja morte o Irã havia advertido iria “custar caro à Arábia Saudita” e a invasão da embaixada do reino em Teerã aumentaram as tensões.
Manifestantes protestando contra a execução do xeque Nimr al-Nimr invadiram a embaixadas, quebraram móveis e iniciaram focos de fogo antes de serem expulsos pela polícia.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, condenou a execução como “desumana”, mas também cobrou processo judicial contra “indivíduos extremistas” pelo ataque à embaixada e ao consulado saudita em Mashhad, cidade no nordeste do país, segundo a imprensa oficial.
O chefe da polícia de Teerã afirmou que um número não especificado de “elementos desordeiros” foi preso pelo ataque à embaixada com coquetéis Molotov e pedras. Um promotor afirmou que 40 pessoas foram detidas.