Iranianas em SP relatam trauma e tensão com guerra no Oriente Médio: “Queremos paz’

Duas iranianas que vivem em São Paulo relataram o impacto emocional de acompanhar, à distância, os recentes bombardeios em Teerã e a repressão no Irã. Mahsima Nadim, de 39 anos, teme pela segurança dos familiares e acusa o regime dos aiatolás de ser “um câncer para o mundo”. Ela decidiu sair do país após sofrer prisões por descumprir regras impostas às mulheres. “Todos os dias que a gente sai de casa corre o risco de morrer só por mostrar o cabelo”, disse.
Khazar Masoumi, de 42 anos, descreveu os efeitos da guerra em sua rotina no Brasil, como episódios de pânico ao ouvir barulhos de aviões ou sirenes. Ex-atriz de cinema e televisão, ela afirma viver um exílio forçado após os protestos de 2021. Desde que passou a se posicionar nas redes sociais contra o regime iraniano, não pode mais retornar ao país por segurança.
As duas criticam a repressão do governo iraniano e também condenam os ataques de Israel. Khazar classificou os bombardeios como “crime de guerra” e afirmou que a população iraniana está entre “dois assassinos”. “Se esse regime não existir mais, o mundo vai ter paz. O povo iraniano só quer viver em paz, em liberdade”, disse Mahsima.