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Irmã de Marielle sobre série da Globo: “Queremos que a história continue sendo contada”

Anielle e a irmã Marielle

A irmã de Marielle, Anielle Franco, publicou uma sequência de tuítes ressaltando alguns pontos sobre a série da Globo que contará a história da deputada assassinada em 2018:

“Alguns pontos sobre as séries documentário e ficcional que serão lançadas pela Globoplay (uma nesta quinta e outra futuramente):

Desde 14 de março de 2018 mtas pessoas vêm usando o nome da Mari de forma não verídica, desrespeitosa ou da forma que nós da família não gostaríamos. É horrível a sensação de impotência que dá ao ver pessoas crescendo em cima de uma história de perda e dor.”

“Queremos sim que a história da Mari continue sendo contada para que o mundo nunca se esqueça. Mas uma das coisas que aprendemos nesses últimos dois anos é que não temos o controle de quem/quando/onde/como algo será falado e produzido sobre Marielle.

Tanto no caso da ficção quanto do doc, fomos procuradas pelas equipes. As ideias já chegaram prontas e aconteceriam independente do nosso aval. Na série ficcional, desde o 1º momento cobramos a necessidade do protagonismo de profissionais negras(os) e permaneceremos insistindo.”

“Mesmo sem ter controle sobre como vai ser o resultado final, estamos acompanhando para q sejam devidamente respeitosos e coerentes com a história da Mari. E q o alcance dos dois ajude a dar visibilidade e força tb para o Instituto e para o trabalho que seguimos fazendo por aqui.

Inclusive esse é um dos motivos pelos quais criamos o @inst_marielle: como não podemos controlar e impedir que as pessoas falem sobre Marielle, que pelo menos sejamos um espaço de referência para que nos procurem p falarem com respeito e cuidado com a memória dela.”

“E que as iniciativas (inclusive as que geram retorno financeiro) tragam retorno para a família e para o trabalho das nossas vidas, que é manter vivo o legado, lutar por justiça e regar as suas sementes.

Mas iremos além: a nossa ideia é nos estruturarmos para que possamos conseguir contar essa história da maneira como achamos que deve ser contada, através do olhar, por exemplo, de diretoras e cineastas negras, faveladas e periféricas do Brasil.”

“As ideias e desafios são mts, mas agora tds as nossas energias estão voltadas p/ 1 prioridade: fazer c/ q o próximo sábado,14/3, seja um dia histórico de grandes mobilizações na busca por justiça deste assassinato q vai completar 2 anos sem respostas sobre quem mandou matar e pq

Amanhã lançaremos as comunicações sobre o 14M e contamos com todas para ajudar na convocação e no compartilhamento. Seguiremos coerentes com a nossa missão e visão para defender a memória, lutar por justiça, multiplicar o legado e regar as sementes de Marielle.”

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