ISA: Desmatamento em áreas com tribos isoladas cresceu 113% em 2019

Da reportagem de Lisandra Paraguassu na Agência Reuters.
O desmatamento em terras que concentram índios isolados no país aumentou 113% entre julho de 2018 e julho de 2019, segundo relatório preparado pelo Instituto Socioambiental (ISA) com base em dados do Prodes, o sistema nacional de satélites que monitora a perda de vegetação nativa.
O relatório, que será apresentado pelo ISA nesta terça-feira à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, mostra que o ataque aos territórios com registros de tribos isolados é ainda maior do que nas terras indígenas demarcadas, em que chegou a 80% no mesmo período.
De acordo com dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), o Brasil tem hoje 28 povos isolados comprovados, que são acompanhados a distância, e indícios de outros 86. Desde o final da década de 1980, a política indigenista brasileira é de não fazer contato com essas populações, que vivem em sua maioria em algum tipo de território protegido, seja de terras indígenas demarcadas ou unidades de conservação federais e estaduais.
Os dados compilados pelo ISA apontam que o desmatamento aumentou em 37 terras indígenas, sete unidades de conservação federais e em 54 terras indígenas e cinco unidades de conservação estaduais onde há registros de índios isolados.
Apenas no período finalizado em julho de 2019, segundo o ISA, foram desmatados 21 mil hectares, um aumento de 113% em relação ao período anterior.
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