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Isolado, Bolsonaro desiste de promover cloroquina e ensaia desembarque gradual

Do UOL

Reprodução

Cada vez mais isolado em defesa do que chama de “tratamento precoce” contra covid-19, Jair Bolsonaro (sem partido) tem avaliado junto a ministros e assessores estratégias para um desembarque gradual do discurso de estímulo ao uso da hidroxicloroquina, da ivermectina e de outros remédios que não têm eficácia científica comprovada no combate à doença.

Segundo apurou o UOL, o movimento surge depois que interlocutores mais próximos buscaram, em conversas reservadas, convencer o presidente de que se fazia necessária uma “virada de página” e também a adesão concreta à narrativa pró-vacinação. Nas últimas semanas, imunizar a população tornou-se uma urgência para o governo.

Ainda nas últimas semanas, Bolsonaro era uma das principais vozes no debate público a tentar pôr em dúvida a confiabilidade da imunização —apontada em todo o mundo como caminho fundamental para solucionar os problemas decorrentes da pandemia. Em uma das falas mais polêmicas, o governante comparou ironicamente a possibilidade de reações adversas das vacinas a “virar um jacaré”.

O plano atual é abandonar aos poucos os discursos que não deram certo (de acordo com a avaliação interna) e, passo a passo, associar a imagem do governo federal e do Ministério da Saúde à vacinação. Até agora, o capital político da imunização tem sido absorvido quase que integralmente pelos governos locais. (…)