“Isolamento”: Ex-auxiliares e aliados apontam erros que levaram Doria a desistir de candidatura

Ex-auxiliares e aliados de João Doria disseram os motivos do isolamento político de João Doria. Os interlocutores do ex-governador citaram à coluna de Alberto Bombig, no UOL, sete erros que o fizeram desistir de concorrer à presidência da República.
A primeira delas foi a escolha de Bruno Araújo como presidente do PSDB. Segundo eles, Doria escolheu um presidente de partido que nunca aprovou sua candidatura. Também citam que o partido tem pouca representatividade no estado do presidente da sigla, Pernambuco.
Outro erro mencionado é a montagem do governo paulista. Avaliam que a escolha de seu secretariado não o permitiu alargar sua popularidade para além de São Paulo. O ex-governador nomeou ex-ministros de Michel Temer e convidou diversos quadros de outros estados.
A posição do tucano no espectro político também foi um equívoco, avaliam. Ele quis ser anti-Bolsonaro estando em um partido de centro-direita. Parte da bancada federal do PSDB na Câmara vota com o governo. Para os ex-auxiliares e aliados, ele deveria ter mirado num período “pós-Bolsonaro” e diminuir as críticas ao presidente.
Outro problema foi o uso de dois pesos e duas medidas no seu governo. No início do mandato, Doria afastou da gestão Gilberto Kassab e Aloysio Nunes Ferreira. Na ocasião, ambos estavam sob investigação. O tucano, porém, não usou a mesma regra para manter Alexandre Bardy no governo, mesmo após ele ter sido preso.
O quinto erro mencionado é o descuido com lideranças históricas do partido em São Paulo. Doria não prestigiou como deveria, apontam, os principais nomes do partido no estado: Geraldo Alckmin, José Serra, Alberto Goldman e Fernando Henrique Cardoso, o FHC.
O marketing de Doria também foi um equívoco, avaliam. Para eles, o governo exagerou na exposição de sua marca, mesmo tendo sido vitorioso na busca pela vacina contra Covid-19.
O último erro para os ex-auxiliares e aliados de Doria foi sua mentalidade empresarial. Eles apontam que o ex-governador se comportou como o CEO de uma empresa e acabou rifado pelos políticos.