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‘Isso só pode ser mentira’, disse Janot ao ouvir gravações da JBS pela primeira vez

 

Do Globo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu na manhã desta segunda-feira os acordos de colaboração premiada feitos pelo Ministério Público Federal (MPF), durante evento na capital dos Estados Unidos, Washington, numa série de palestras chamada “Rule of Law” do Brazil Institute. Sem citar nomes de políticos, empresários ou empresas, Janot disse “não ter acreditado” quando Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, mostrou as gravações que envolviam o presidente Michel Temer pela primeira vez.

— A primeira reação nossa foi dizer que era mentira, que não podia acontecer aquilo. Depois de três anos e meio de Lava-Jato, com todos os números alcançados, era inacreditável que a prática de crime continuasse de maneira aberta — afirmou o procurador-geral, que completou:

— Aí nos foram apresentadas partes de uma gravação em que se comprovava envolvimento desses altos dignatários da República. Foi a primeira colaboração para cessar prática delituosa, e não deliltos acontecidos no passado. E delitos gravíssimos.

Em defesa da imunidade concedida a Joesley para que o acordo pudesse ser feito, Janot disse “duvidar” que a garantia dada pelo MPF brasileiro também não tivesse sido dada pelos padrões norte-americanos. Defendeu o uso inédito da “ação controlada” na operação Lava-Jato, que foi feito antes mesmo da elaboração do acordo. E afirmou ainda que faria um novo acordo igual, caso as mesmas condições fossem apresentadas mais uma vez.

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