Italiano é solto após 33 anos preso por crime que não cometeu: “Não sinto raiva”

No último sábado (27), o Tribunal de Recurso de Roma inocentou um homem que passou quase 33 anos na prisão por um crime que não cometeu. Beniamino Zuncheddu, um pastor originário da Sardenha, estava com 26 anos em janeiro de 1991, quando ocorreu um triplo homicídio em Sinai, uma comuna próxima a Cagliari.
Zuncheddu foi detido e uma testemunha, que era a quarta vítima sobrevivente ao ataque, o identificou. Com base nesse testemunho, em junho de 1992, Zuncheddu foi condenado à prisão perpétua, apesar de sempre ter alegado sua inocência.
O desfecho do caso só ocorreu em 2017, quando um novo advogado começou a examinar os documentos, encontrando uma significativa quantidade de informações inconsistentes. Isso foi o suficiente para dar início a um novo julgamento em 2020.
O ponto crucial surgiu quando a testemunha, a mesma que incriminou o pastor, admitiu que nunca viu o rosto do agressor, pois estava coberto. Além disso, revelou que um agente da polícia lhe apresentou a fotografia de Zuncheddu e insistiu que ele era o assassino. “Cometi um erro ao ouvir a pessoa errada”, afirmou a testemunha.
“Não sinto raiva. Sempre sonhei que esse momento chegasse, desde o primeiro dia. O momento mais difícil foi quando me prenderam e o mais bonito quando me soltaram. Não consigo dizer como imagino minha vida agora”, afirmou Zuncheddu no momento em que foi liberto.