Apoie o DCM

J.K. Rowling volta a ser alvo de boicote por críticas à comunidade trans

J. K. Rowling

A livraria The Booksmith, uma das mais conhecidas de São Francisco, nos Estados Unidos, anunciou que deixará de vender qualquer título da série Harry Potter como forma de protesto contra a autora J.K. Rowling. A decisão, segundo a própria livraria, foi motivada pelos posicionamentos públicos da escritora britânica, acusada de promover discursos transfóbicos ao longo dos últimos anos.

Em comunicado oficial, o estabelecimento afirmou que Rowling tem usado parte da fortuna obtida com a venda dos livros para financiar iniciativas políticas contra pessoas trans. O texto menciona especificamente o Fundo de Mulheres J.K. Rowling, que, segundo o protesto, atua para restringir direitos de pessoas trans em ambientes de trabalho, espaços públicos e locais considerados exclusivos para mulheres.

A equipe da livraria, que se identifica como formada majoritariamente por profissionais queer, disse que cresceu lendo os livros da franquia e não ignora o impacto cultural da obra. No entanto, decidiu retirar os exemplares do catálogo e recomendou que os leitores interessados em reler as histórias procurem versões usadas, de segunda mão, como forma de evitar que a autora continue lucrando com a série.

A decisão da The Booksmith reacende o debate sobre o limite entre obra e autor, especialmente no caso de Harry Potter, uma das franquias literárias mais bem-sucedidas da história. J.K. Rowling já foi criticada publicamente por atores da própria saga, como Daniel Radcliffe e Emma Watson, que se posicionaram contra as falas da autora e em defesa da comunidade trans.