Apoie o DCM

Janot vê indício de propina a Cunha em aporte em usina de primo de Caiado

Do Uol:

 

No pedido de afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo de deputado federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou indícios de pagamento de propina em troca da aprovação de outra operação do FI-FGTS, o bilionário fundo de investimento gerido pela Caixa com dinheiro dos trabalhadores. Trata-se do aporte de R$ 571 milhões para empresa de energia eólica do Grupo Rialma, que pertence a Emival Caiado, primo do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). O valor correspondia a 49% da empresa.

O PGR teve acesso a uma anotação encontrada na agenda de José Carlos Cordeiro Rocha, da 33 Consultoria, Assessoria e Intermediação Imobiliária, que atua como lobista junto a órgãos públicos. No cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado nesta empresa foi encontrada em uma agenda de 2014 uma anotação, na folha do dia 20 de março do ano passado, que mencionava a quantia de R$ 600 milhões para o senhor Emival Caiado, junto com honorários de 3% do valor para Eduardo Cunha e Fábio Cleto e um registro denominado mensal de R$ 20 mil.

“Em outras palavras: a anotação indica que Eduardo Cunha e Fábio Cleto cobraram propina em troca de liberação de verbas do FI-FGTS”, afirma Janot. A anotação da agenda chegou à PGR no dia 9 de dezembro deste ano por meio de informações da Justiça do Rio de Janeiro em meio à “Operação Alcateia Fluminense”, que apura fraudes na Receita no Rio de Janeiro.