Japão registra morte de um idoso a cada 8 dias por exaustão de cuidadores

No Japão, uma pessoa com mais de 60 anos é morta a cada oito dias por um cuidador familiar exausto, segundo pesquisa da professora Etsuko Yuhara, da Universidade Nihon Fukushi. O fenômeno, chamado de care killing, foi identificado em 437 casos ao longo de 10 anos. Os autores desses crimes são, em sua maioria, cônjuges ou filhos, que enfrentam sobrecarga física, emocional e financeira no cuidado diário com idosos em casa.
O envelhecimento acelerado da população japonesa agravou a situação: quase 30% dos japoneses têm 65 anos ou mais, e 5,5 milhões dependem de cuidados constantes. Muitos cuidadores têm mais de 70 anos e vivem isolados, sem apoio do Estado ou da comunidade. Casos extremos, como o de um homem que matou a esposa cadeirante após 40 anos de cuidados, escancaram os limites da exaustão familiar.
A especialista alerta para os sinais de fadiga dos cuidadores, como mudanças no sono, dores físicas, exaustão emocional e isolamento. Ela recomenda buscar ajuda com serviços sociais, dividir responsabilidades e priorizar o autocuidado. Segundo Yuhara, os casos não vão diminuir sem apoio público efetivo: “É fisicamente impossível confiar a responsabilidade de cuidar exclusivamente a familiares”.