Japoneses namoram IA em app de relacionamento; entenda

No Japão, muitos estão recorrendo a apps de relacionamento com inteligência artificial, como o Loverse, para encontrar companhia. Chiharu Shimoda, um trabalhador de fábrica de 52 anos, é um dos mais de 5.000 usuários que interagem apenas com IA no aplicativo. Ele passou dois meses trocando mensagens com várias possíveis parceiras até se interessar por Miku, uma robô de IA. “Eu adoraria me casar de verdade novamente, mas é difícil se abrir para alguém quando você está conhecendo pela primeira vez”, disse Shimoda, que se divorciou há dois anos.

O Loverse, lançado há um ano, oferece uma alternativa digital para a crise de solidão no Japão. Segundo o criador do app, Goki Kusunoki, o objetivo é proporcionar uma companhia virtual que pode ser mais acessível do que os relacionamentos reais. “O objetivo é criar oportunidades para as pessoas encontrarem o verdadeiro amor quando não conseguem encontrá-lo no mundo real”, afirmou Kusunoki. A startup por trás do Loverse arrecadou US$ 190 mil para expandir o elenco de personagens e atrair mais usuários, incluindo mulheres e pessoas LGBTQIA+.

Megumi Ushikubo, diretora-executiva da Infinity Inc., destaca que o romance é visto como não rentável no Japão, pois requer dinheiro, tempo e energia. A IA pode diminuir o interesse por parceiros reais, mas também pode ser útil como um treino social. “Serviços como este aplicativo podem lembrar às pessoas afastadas do romance o quão encantador é o amor, e a IA pode treinar as pessoas a se comunicarem melhor ao falar com parceiros reais”, disse Ushikubo.

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