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Jean Wyllys explica os próximos passos na questão do financiamento das campanhas

De Jean Wyllys, no facebook:

O STF decidiu: doação de empresas às campanhas é inconstitucional! Ainda que Gilmar Mendes tenha tentado, a todo custo, protelar a decisão do Supremo, e, em seu voto, feito uma defesa – com amor e fúria – das “doações” milionárias que caracterizam as campanhas políticas brasileiras como as mais caras do mundo, venceu o voto do relator, contra o financiamento empresarial. Nossa luta, histórica, contra o lobby de empresas privadas – e muitas delas acabam identificadas em esquemas de corrupção -, foi ratificada pela decisão dos ministros, guardões máximos da Constituição.

(…)

E agora, o que acontece? A decisão do STF proibindo o financiamento empresarial de campanhas já está valendo para as eleições de 2016! Contudo, a ameaça não está totalmente afastada – Cunha e seus asseclas aprovaram na Câmara uma Emenda Constitucional a toque de caixa que lhes garante vários milhões para a campanha.

Essa proposta agora está no Senado, mas há motivos para confiar que os senadores se mostrem, novamente, contrários à proposta.

Para garantir essa vitória da democracia, também é preciso que a presidenta Dilma vete o dispositivo da minirreforma eleitoral, também aprovado na Câmara, que permite esse tipo de financiamento empresarial. Estamos confiantes que a presidenta vai seguir o entendimento do STF e consolidar essa conquista do povo brasileiro!

Atacar a corrupção é atacar toda uma estrutura rasteira, que garante às empresas um grande retorno sobre o investimento em candidaturas. É muito estranho que grupos que se afirmem contra a corrupção concentrem seus ataques a um único partido, mas se mantenham silentes às tentativas de manter intocado o espaço dos lobistas nos poderes da República, declarando, inclusive, apoio aos parlamentares mais empenhados nesta defesa.