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Jean Wyllys insiste na polêmica sobre Israel: “vou continuar, doa a quem doer”

Jean Wyllys

O deputado Jean Wyllys continua na polêmica (fora de hora) que abriu sobre a questão complexa do Oriente Médio. Foi muito criticado por um texto em que acusa, genericamente, a esquerda de antissemitismo — por defender a Palestina em relação ao conflito com Israel, que hoje ocupa território palestino. O jornalista Glenn Greenwald, que é judeu, deu uma bem fundamentada resposta a ele, num texto que o DCM publica.

Jean Wyllys, no entanto, mantém a polêmica, num texto que publica hoje na interne, cujos últimos parágrafos são estes:

Ontem, um post meu sobre o conflito israelo-palestino recebeu uma enorme quantidade de mensagens de apoio, mas também dezenas de comentários como, por exemplo: “Sionista filho da p… o paredão te espera”, “Germe infiltrado na causa proletária com tutores judeus”, “Porco sionista”, “Verme sionista”, “nazi-sionista para agradar a judeizada endinheirada”. Isso é o quê? Antissionismo? Ou antissemitismo?

Não adianta quererem me expulsar da confraria da esquerda que sempre teve dificuldades para enxergar as reivindicações das minorias e grupos oprimidos: LGBTs, índios, mulheres, negros e negras, judeus, adeptos das religiões de matriz africana, etc. Não adianta tentar usar esta polêmica para me desqualificar, como forma de disputar votos comigo através de alguma candidatura fake bancada com a força da grana. Não adianta me dar lições de um marxismo ancorado em 1917.

Essa discussão é necessária e eu vou continuar fazendo, doa a quem doer. E, com relação ao conflito israelo-palestino, continuarei defendendo dois Estados para dois povos; continuarei denunciando os abusos das forças armadas israelenses em território palestino; continuarei denunciando os crimes e inclusive o uso de crianças palestinas pelo terrorismo do Hamas; continuarei sendo solidário com aqueles que defendem a paz e a coexistência e continuarei tentando fazer um debate sério, honesto, sem gritos, sem xingamentos, para uma esquerda que precisa amadurecer urgentemente. Aliás, amadurecer e ler um pouco mais, informar-se um pouco mais, para não virar o reverso da medalha dos facistas de direita que todos nós tanto criticamos.

PS;

Jean Wyllys (ou a assessoria dele) bloqueou no Facebook comentários críticos à sua posição que não eram desqualificados, como os acima mencionados. Um desses comentários dizia que Jean Wyllys estava confundido antissionismo com antissemitismo. O autor foi bloqueado e não pode mais postar comentários na página do deputado.