JN, da Globo, expõe relação entre Nóbrega e Queiroz, ambos expulsos da PM, com a família Bolsonaro

Do JN:
Adriano da Nóbrega era suspeito de comandar um grupo que cometeu dezenas de homicídios. Foi expulso da polícia militar por envolvimento com jogo do bicho. E homenageado, mais de uma vez, pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Favela Cidade de Deus, maio de 2003. Um técnico de refrigeração foi morto durante uma operação policial.
Quase 17 anos após o homicídio, o inquérito ainda não foi concluído. Os acusados são dois policiais militares que, na época, pertenciam ao mesmo batalhão: Adriano da Nóbrega e Fabrício Queiroz, que ficou conhecido 16 anos depois pela suspeita envolvimento no esquema de rachadinhas da Assembleia Legislativa do Rio – um esquema em que parte do salário dos assessores de um deputado é devolvida ao parlamentar.
Outubro de 2003, Assembleia do Rio de Janeiro. O deputado estadual Flávio Bolsonaro fez a primeira homenagem ao então tenente Adriano da Nóbrega: uma moção de louvor. Flávio destacou que o militar desenvolvia sua função com dedicação e brilhantismo.
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De acordo com o Ministério Público, Adriano era um integrante da organização criminosa que agia no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro e recebia parte de recursos vindos da rachadinha. Segundo as investigações, quem operava o esquema era um amigo de Adriano dos tempos da PM: Fabrício Queiroz.
A mãe de Adriano e a ex-mulher dele receberam R$ 1 milhão em salários, mas não apareciam para trabalhar. Deste total, R$ 200 mil foram transferidos para contas de Fabrício Queiroz. Outros R$ 200 mil foram sacados em dinheiro vivo. Os promotores acreditam que essa quantia foi repassada em mãos para o esquema.
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Numa mensagem entre Adriano e a ex-mulher, Danielle, o ex-capitão admitiu que recebia parte dos desvios de salários da Alerj. Mas os promotores desta investigação não conseguiram fazer novas buscas para obter mais provas contra Adriano. Ele estava foragido, e o último paradeiro só foi descoberto neste domingo (9).
A defesa de Jair Bolsonaro e do filho Flávio disse que Adriano da Nóbrega não tem ligação com a família Bolsonaro e que ele foi homenageado quando era ficha limpa e um herói da PM. A defesa disse ainda que a família sempre prestigiou a categoria de policiais militares e homenageou inúmeros policiais.
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