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Jornal alemão chama Bolsonaro de “covidiota”

Um artigo escrito no portal alemão Süddeutsche Zeitung chama Bolsonaro de “covidiota” por desrespeitar as recomendações da OMS no combate ao coronavírus, apoiando o fim do isolamento.

“O Brasil não pode parar”, disse o presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro no final de março, copiando o slogan #Milanononsiferma (Milão não fica parado). Para meus ouvidos, no entanto, parecia que Bolsonaro estava pronunciando a sentença de morte a centenas de milhares de compatriotas.

Em 24 de março, ele disse na televisão que era verdade que a doença poderia matar pessoas idosas, mas para a maioria seria apenas uma “pequena gripe” (gripezinha). Na sua opinião, as crianças também devem continuar a frequentar a escola.

Quando o presidente continuou a espalhar seu slogan na mídia, o judiciário bloqueou a campanha. No entanto, as grandes empresas não conseguiram adaptar suas estratégias aos novos tempos com rapidez suficiente e, por sua vez, inventaram um slogan semelhante. Por causa dessa ofensiva das grandes empresas contra o direito à vida, agora temos medo de nossos amigos e parentes. (…)

Já sabemos que o sistema de saúde não enfrentará esse desafio. Temos a sorte de morar no estado de Santa Catarina, no sul do país. O governador Carlos Moisés é coronel aposentado no corpo de bombeiros militar – ele é chamado de “comandante Moisés”. Ele é advogado especializado em direito constitucional. Em 2018, foi eleito pelo mesmo partido de extrema direita que Jair Bolsonaro. No entanto, diferentemente do presidente, ele ouviu as recomendações da OMS e age de acordo.

Mas Moisés é apenas o governador de um pequeno estado. Ele é como um pássaro tentando apagar um incêndio, buscando água com o bico. Esta é uma conflagração alimentada pelos “covidiotas”, que continuam vivendo suas vidas normais, exacerbam o vírus e entram em pânico antes do colapso econômico. Muitas pessoas não têm certeza. A sensação de perder o chão debaixo dos meus pés me tira o sono. Estamos sem orientação nesta pandemia. O Brasil não sabe onde vai acabar.