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Jornalismo de alto nível: jornal do grupo Globo foi ouvir opinião dos vendedores de lula no mercado

Jornalismo lelé

Do jornal Extra

Uma opinião é unânime no Mercado do Peixe São Pedro, no Centro de Niterói: lula à dorê é o prato feito com o molusco mais gostoso e vendido do local. Mas quando o assunto é sobre a condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sérgio Moro, o cenário é completamente diferente. Do lado de dentro do balcão os peixeiros defenderam a condenação do político no caso do processo do triplex do Guarujá. Já os clientes ouvidos pela reportagem acreditam que faltaram elementos comprobatórios para Moro chegar à sentença de 9 anos e 6 meses de prisão.

Porta voz do mercado, o comerciante Mário Manarino, de 44 anos, estampava um sorriso no rosto para demostrar todo o seu contentamento com a decisão do magistrado contra o ex-presidente:

— Demorou, mas a sentença chegou. O Moro está certíssimo e cheio de provas contra esse político — disse o peixeiro enquanto segurava uma lula: — Tem que ir pra panela e tem que ser rápido, para não amargar.

Vizinho de loja, o peixeiro Wilian Vieira, de 28, engrossou o coro contra o ex-presidente. Segundo ele, “um juiz sério como o Moro, não cometeria um erro”.

— A decisão está correta. Ninguém é condenado sem provas. Acabou para ele. Tem que ser enquadrado mesmo.

Mas muita gente também demostrou insatisfação com a decisão e chegou a afirmar que trata-se de uma perseguição política, como foi o caso da aposentada Leonir de Souza, de 81.

— Para mim estão perseguindo o ex-presidente Lula. Não tinham provas contra ele. Eu acho que a lula não tem que ir pra panela e nem para às grades. Ele tem é que ser presidente novamente.

Já o vendedor ambulante Nelson Francisco dos Santos Filho, de 62, disse que não costuma botar a mão no fogo por políticos, mas não viu lógica no julgamento.

— Acho que faltaram provas e o juiz teve uma avaliação insegura. Fico olhando para o presidente que está governando o país, agora, e isso me dá ainda mais saudade do Lula.