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Juiz e advogado são alvos da PF por fraude de R$ 14 milhões no TJ-MA

PF indicia desembargadores Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, Antônio Pacheco Guerreiro Junior e Luiz Gonzaga Almeida por esquema de venda de decisões no TJ/MA. Foto: Divulgação

A Operacão 18 Minutos, deflagrada pela Polícia Federal, revelou um suposto esquema de corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão, envolvendo desembargadores, juízes, servidores e advogados. Segundo a investigação, o grupo teria atuado por pelo menos uma década fraudando alvarás judiciais em processos contra o Banco do Nordeste.

A Procuradoria-Geral da República denunciou 29 pessoas, incluindo magistrados que teriam recebido propinas que somam R$ 54,7 milhões. A operação ganhou esse nome devido ao tempo entre uma decisão judicial e um saque de R$ 14,1 milhões identificado pela PF.

O esquema, segundo a PGR, funcionava com três núcleos: judicial, causídico e operacional, que se articulavam para garantir decisões favoráveis, levantar valores milionários e ocultar os recursos. Mensagens extraídas de celulares de envolvidos mostram contatos diretos entre advogados e magistrados, incluindo visitas à residência de desembargadores para tratar de processos em andamento.

Entre os denunciados estão os desembargadores Nelma Sarney, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Guerreiro Júnior e Marcelino Chaves, além dos juízes Alice Rocha e Cristiano Simas. A subprocuradora-geral Luiza Frischeisen destaca que as decisões judiciais mencionadas na investigação foram resultado de acordos ilícitos, com pagamentos em espécie, feitos inclusive no mesmo dia da liberação dos alvarás.