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Juiz enganou o Judiciário de SP por 45 anos com identidade falsa; entenda

Palácio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo . Foto: Reprodução.

O Tribunal de Justiça de São Paulo foi surpreendido com a denúncia de falsidade ideológica e uso de documento falso contra um juiz aposentado que exerceu a magistratura por 23 anos. Edward Albert Lancelot Dodd-Canterbury Caterham Wickfield, que se apresentava como descendente de britânicos, manteve uma identidade falsa por mais de quatro décadas. Segundo o Ministério Público, seu nome verdadeiro é José Eduardo Franco dos Reis.

A fraude começou em 1980, quando Reis assumiu a identidade fictícia para se matricular na tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco e, posteriormente, ingressar na magistratura. Ele conseguiu ser aprovado no concurso para juiz em 1995 e exerceu a função até 2018, ano de sua aposentadoria. Durante esse período, manteve simultaneamente sua identidade verdadeira, utilizando-a para diferentes propósitos.

A descoberta ocorreu quando ele compareceu ao Poupatempo da Sé para solicitar uma segunda via de RG com o sobrenome falso. O cruzamento de suas impressões digitais no sistema de identificação estadual revelou a fraude. A investigação também mostrou que, em 1993, ele chegou a obter uma nova via de sua identidade original, declarando-se como vendedor com ensino fundamental incompleto, enquanto, na outra identidade, já era um juiz, com formação superior em direito.

A Promotoria destacou que, na época da fraude, os documentos brasileiros não possuíam dispositivos gráficos de segurança, o que facilitou a falsificação. Além das possíveis penalidades criminais, a revelação pode comprometer a validade de suas decisões judiciais ao longo da carreira.

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