Apoie o DCM

Justiça condena empresa a indenizar funcionária com TDAH por troféu de “mais lerda”

Funcionária com troféu de ‘mais lenta’ no trabalho. Foto: Divulgação

Uma atendente de laboratório em Belo Horizonte será indenizada em R$ 20 mil por assédio moral, após ser humilhada no ambiente de trabalho com um “troféu de funcionária mais lerda do setor”. A decisão é do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) e foi proferida pela juíza Cristiana Soares Campos, da 28ª Vara do Trabalho.

A profissional, diagnosticada com TDAH, relatou ter sofrido bullying e apelidos pejorativos como “lerda” e “sonsa”. De acordo com o processo, colegas faziam ranqueamentos internos e promoviam “premiações” com o intuito de ridicularizar funcionários.

A perícia médica confirmou que o comportamento abusivo agravou o quadro de transtorno ansioso-depressivo da trabalhadora, que precisou ser afastada por três meses. Testemunhas afirmaram que a chefia tinha conhecimento das ofensas e não tomou providências.

Na sentença, a magistrada ressaltou que o empregador tinha o dever de coibir a violência psicológica, o que poderia ter sido feito por meio de sanções disciplinares ou demissões por justa causa. Para a juíza, a entrega simbólica do troféu comprova um ambiente de humilhação institucionalizada. O TRT-MG manteve o reconhecimento do assédio, mas reduziu a indenização de R$ 50 mil para R$ 20 mil.