Justiça condena Johnson & Johnson por casos de câncer ligados ao talco

Um júri da Califórnia condenou a Johnson & Johnson a pagar US$ 40 milhões a duas mulheres que atribuíram seus cânceres de ovário ao uso de talco fabricado pela empresa. Monica Kent receberá US$ 18 milhões, enquanto Deborah Schultz e seu marido devem receber US$ 22 milhões. As vítimas argumentaram que a companhia sabia dos riscos associados ao produto, mas não alertou os consumidores. As informações são da Folha de S. Paulo.
Erik Haas, vice-presidente mundial de contencioso da Johnson & Johnson, afirmou que a empresa pretende “apelar imediatamente” da decisão e que espera reverter o veredicto. A controvérsia ocorre após anos de litígios envolvendo a segurança do talco, que segundo consumidores, estaria contaminado com amianto, substância classificada como cancerígena. A FDA já identificou vestígios do material em testes independentes.
A pressão jurídica levou a Johnson & Johnson a suspender a venda do talco Johnson’s Baby nos EUA e no Canadá em 2020. A decisão ocorreu em meio à pandemia e a uma reavaliação do portfólio, mas também após sucessivas ações judiciais. Apesar das negativas da empresa sobre contaminação, os processos continuam a se acumular.
Mais de 90 mil ações relacionadas ao produto seguem pendentes nos tribunais americanos. Em março, um juiz federal rejeitou a tentativa da empresa de aprovar um acordo de US$ 9 bilhões para encerrar as disputas. A dimensão dos casos supera a capacidade do Judiciário de julgá-los individualmente, segundo o The New York Times.
