Justiça de Portugal erra investigação e primeiro-ministro renuncia por engano; entenda

Na última terça-feira (7), Portugal foi abalado por uma crise política desencadeada pelo Ministério Público. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram supostos casos de corrupção envolvendo o nome do então primeiro-ministro socialista, António Costa, no poder há oito anos.
A investigação se concentrou em irregularidades relacionadas a concessões de minas de lítio, um projeto de produção de hidrogênio e a construção de um data center. Costa e cinco pessoas foram detidos, incluindo seu chefe de gabinete e um consultor. A revista em 18 propriedades, incluindo a residência de Costa, aprofundou a crise.
Diante da pressão, António Costa renunciou ao cargo no mesmo dia, aceitando a incompatibilidade entre as suspeitas e a dignidade do cargo. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa aceitou a renúncia e dissolveu o Parlamento, convocando eleições legislativas para março do próximo ano.
Entretanto, no sábado (11), um novo desenvolvimento surpreendente surgiu durante o interrogatório do consultor Diogo Lacerda Machado. Ficou claro que o Ministério Público errou na transcrição da escuta, confundindo o nome de António Costa com António Costa e Silva, o ministro da Economia de Portugal.
O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Adão Carvalho, expressou surpresa com a renúncia de Costa, afirmando que o erro na transcrição pode ter levado a uma decisão precipitada. Agora, António Costa aguarda a escolha de um sucessor por Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto os partidos se preparam para as eleições de março, mesmo com o Partido Socialista ainda mantendo ampla maioria no Parlamento.