Justiça decide que igreja concorrente da Universal pode ter “Reino de Deus” em seu nome
Foto, dono da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) perdeu um processo na Justiça e agora uma instituição religiosa rival também poderá usar o nome “do Reino de Deus”. Decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) permitiu que a Igreja das Nações do Reino de Deus continuasse com o nome. A informação é da coluna de Rogério Gentile no portal UOL.
Em julho de 2020, a Universal processou a concorrente alegando que ela queria obter “vantagem econômica indevida” por meio de doações. Ela alega que “há uma cristalina má-fé” no caso.
A Igreja das Nações foi fundada por dissidente da instituição de Edir Macedo, bispo Romulado Panceiro. Ele atuou na Universal por cerca de 30 anos e chegou a ser um dos principais ministros da igreja. Em 2018, os bispos romperam.
Além do uso do “Reino de Deus” no nome, as duas igrejas têm outras similaridades, como o uso de uma pomba como símbolo e a expressão “Jesus Cristo” no logotipo das fachadas e altares dos templos.
Na sua defesa, a Igreja Das Nações afirmou que “Reino de Deus” é um “termo apregoado normalmente por todos os cristãos”, tem origem bíblica e não deve ser monopolizado. A pomba, segundo a instituição, é um signo importante para a fé cristã por simbolizar o batismo de Jesus Cristo.
A concorrente da Universal ainda citou um trecho da Bíblia para rebater as acusações. “Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele”, diz a Igreja das Nações.
A igreja de Edir Macedo sofreu derrota na primeira e na segunda instância. O relator do processo, o desembargador Natan Arruda, afirmou que a expressão “Reino de Deus” é “admitida efetivamente em todo o mundo cristão” e não apresenta afronta aos direitos da marca da Universal.
O magistrado também afirmou que os termos questionados pela Universal são de uso comum entre religiosos.