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Justiça desobriga o uso de câmeras corporais pelos PMs de SP

PMs com câmera corporal. Foto: Divulgação/Governo de SP

Nesta quarta (13), o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que os policiais militares do estado não estão obrigados a utilizar câmeras corporais durante operações em resposta a ataques a integrantes da corporação. A decisão surgiu após a Operação Escudo, realizada no Litoral Sul paulista em julho, que resultou em 28 mortes e gerou críticas e denúncias de supostos abusos.

Os membros do Órgão Especial rejeitaram um recurso contra a decisão do presidente da Corte, Ricardo Anafe, que anteriormente havia decidido contra a obrigatoriedade das câmeras nos uniformes dos policiais militares. Em setembro, Anafe revogou uma liminar que obrigava o governo de Tarcísio de Freitas a instituir mecanismos para garantir o correto uso das câmeras corporais pelas forças policiais, argumentando que a medida representaria uma “grave lesão à ordem, à economia e à segurança” devido aos custos elevados.

Anafe afirmou que a falta de câmeras poderia resultar em um aumento das agressões aos agentes públicos durante operações de resposta a ataques, causando sérios danos à segurança pública. Durante a Operação Escudo, foi reconhecido que nem todos os policiais tinham câmeras e alguns equipamentos estavam desligados durante confrontos com suspeitos.

O secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, negou execuções ou tortura nas ações policiais, assegurando que denúncias seriam investigadas. A obrigatoriedade do uso de câmeras foi solicitada pela Defensoria Pública de São Paulo e pela ONG Conectas Direitos Humanos. Gabriel Sampaio, diretor da organização, anunciou a intenção de recorrer da decisão, reafirmando a convicção de que, com as câmeras existentes, é possível garantir seu uso em operações como a Escudo.

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