Justiça gaúcha anula julgamento da Boate Kiss e condenados deverão ser soltos

O julgamento que condenou quatro réus pela tragédia da Boate Kiss foi anulado por desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A decisão se deu por dois votos a um na análise dos recursos da defesa dos condenados. A informação é da Folha de S.Paulo.
Com a sentença, as prisões de Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Londero Hoffmann, Marcelo Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão foram revogadas. O primeiro, que é dono da boate, foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão; o segundo, seu sócio, a 19 anos e seis meses; o terceiro, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, a 18 anos; e o último, assistente da banda, a 18 anos também.
Com a anulação, o caso que ocorreu em 2013 pode completar dez anos na Justiça sem que ninguém seja responsabilizado pelas 242 mortes e pelos mais de 600 feridos. O Ministério Público ainda pode recorrer da decisão.
No julgamento, o relator do processo, Manuel José Martinez Lucas, foi o único contrário à anulação das condenações. Ele reconheceu irregularidades nos ritos do processo, tese da defesa dos réus, mas não enxergou nada que pudesse ter influenciado a decisão dos jurados que os condenaram.
Os desembargadores Jayme Weingarner Neto e José Conrado Kurtz de Souza discordaram do relator. Para o primeiro, o sorteio por parte dos jurados a quatro dias do júri comprometeu as estratégias da defesa.