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Justiça liberta palestinos presos após confronto em protesto xenófobo

Do Justificando

As quatro pessoas – duas delas palestinas – que foram presas após o confronto na marcha anti-imigração que ocorreu na Avenida Paulista foram soltas na audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda.

Dentre os presos estavam Hasaan Zarif, do grupo Palestina Para Tod@s e o proprietário do restaurante e bar palestino Al Janiah, localizado no bairro do Bexiga, na região central. Outro preso palestino foi identificado como Nur e ficou ferido no confronto. O anúncio da soltura foi feito nas páginas das redes sociais dos defensores dos detidos.

A defesa no Distrito Policial e no Fórum da Barra Funda ficou a cargo da Advogada Giovanna Semeraro e dos Advogados Hugo Albuquerque e Rodrigo Saccomani que negaram as acusações de explosão, associação criminosa, lesão corporal e resistência.

Os grupos de direita faziam uma manifestação contra a Lei de Migração, aprovada no Senado. Dentre os discursos, bradavam que os imigrantes vão tirar a saúde do povo brasileiro e vão causar problemas de segurança.

Os imigrantes, que trabalham em um restaurante próximo ao local, protestaram contra o ato e o confronto se iniciou, sendo que ambas as partes se acusam mutuamente pelo início do conflito. Cerca de oito pessoas ficaram feridas e somente quem se opôs à marcha xenófoba foi preso, enquanto os manifestantes que marcharam foram tratados como vítimas.

Como denunciou o advogado dos manifestantes presos, Hugo Albuquerque, no 78º Distrito Policial, para onde foram levados, dificultou por horas o contato entre eles e o profissional, enquanto manifestantes de direita tiveram livre acesso no ambiente. Além disso, Albuquerque se queixou da falta de informação passada pela polícia civil para os trabalhos da defesa.