Justiça manda prender ex-padre condenado por abuso e expulso pelo papa

A Justiça de São Paulo determinou a prisão definitiva do ex-padre Pedro Leandro Ricardo, de Araras (SP), condenado a 10 anos e 6 meses em regime fechado por estupro. O mandado, assinado pelo juiz Djalma Moreira Gomes Junior, foi expedido nesta quarta (27) e tem validade até abril de 2040. A decisão ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a condenação e encerrar as possibilidades de recurso.
Ricardo foi acusado de abusar de quatro jovens (três adolescentes e uma criança) entre 2002 e 2006, quando atuava na Paróquia São Francisco de Assis. O juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira destacou que as vítimas eram “cuidadosamente escolhidas pelo réu”, que aproveitava o prestígio como líder religioso e a confiança das famílias para cometer os crimes.
Inicialmente, a pena havia sido fixada em 21 anos, mas em março de 2024 foi reduzida após parte das acusações prescrever ou ser desclassificada. Ainda assim, restou uma condenação válida por estupro. O advogado do ex-religioso, Paulo Sarmento, afirmou que vai “interpor pedido de revisão criminal” alegando nulidades no processo.
O caso ganhou repercussão em 2019, após denúncias encaminhadas ao Ministério Público. Em 2020, a Justiça aceitou a ação penal e, em março de 2022, o Vaticano anunciou a demissão de Ricardo do estado clerical. Durante o julgamento, ele negou os crimes, atribuindo as acusações a desavenças administrativas na paróquia. Paralelamente, as vítimas seguem em ação para obter indenização financeira.