Justiça mandou internar Vaqueirinho há um mês por esquizofrenia

Um mês antes de morrer, a Justiça da Paraíba havia determinado que Gerson de Melo Machado, conhecido como Vaqueirinho, fosse internado em um Hospital de Custódia para cumprir medida de segurança. Diagnosticado com esquizofrenia e considerado inimputável, o jovem de 19 anos recebeu a ordem de internação após ser absolvido impropriamente por dano qualificado, mas o mandado não chegou a ser entregue.
Antes de ser intimado, ele invadiu o recinto dos felinos no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa, no domingo (30), e foi morto por uma leoa. O laudo médico anexado ao processo descreveu delírios, alucinações, pensamento desorganizado e histórico de crises graves, reforçados por predisposição genética e internações anteriores.
O juiz Rodrigo Marques Silva Lima considerou que o comportamento agressivo e o risco relatado por agentes penais impediam um tratamento ambulatorial e determinou internação mínima de um ano. A decisão incluía orientação para buscar cuidados menos invasivos quando possível, priorizando tratamento de saúde em vez de encarceramento.
Segundo o processo, o mandado foi devolvido sem ser entregue em 4 de novembro. Dias antes da morte, o diretor do Presídio do Róger, Edmilson Alves, conhecido como Selva, havia alertado publicamente sobre a vulnerabilidade do jovem. Ele relatou que Vaqueirinho chegou a ser levado a um CAPS, mas fugiu. O caso mobilizou profissionais que acompanharam sua trajetória, incluindo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que lamentou a morte e disse que a situação era uma “tragédia anunciada”.
