Justiça? Moro condena doleiros envolvidos em fraude de US$ 28 bilhões com Youssef a prestar serviços comunitários
No Globo, um exemplo da Justiça da Lava Jato:
Dois integrantes do esquema do doleiro Alberto Youssef receberam sentença do juiz Sergio Moro, decorrente de participação na lavagem de dinheiro de propina e na entrega de valores. Os dois são colaboradores da Lava-Jato e não ficarão presos.
O doleiro Carlos Alberto Pereira da Costa deverá cumprir pena de cinco anos em regime aberto, com prestação de serviços comunitários. De acordo com o previsto no acordo de colaboração, caso ele seja condenado em outros processos a pena máxima não passará de 12 anos.
Na sentença, Moro afirmou que o acordo firmado com Costa foi “generoso”. Costa atuou como laranja do doleiro em empresas abertas no Brasil e no exterior. Na época do mensalão, em 2005, Carlos Alberto ele aparecia como sócio da consultoria CSA Project Finance Consultoria, usada para lavagem de dinheiro. Ele confessou o crime e afirmou à Justiça que vários políticos iam ao escritório de Youssef pegar dinheiro.
Preso na primeira fase da Lava-Jato, em 17 de março de 2014, Costa foi solto em setembro do mesmo ano depois de firmar o acordo de colaboração.
O segundo sentenciado é João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, responsável pela abertura de contas e offshores no exterior para Youssef. Segundo a sentença, a colaboração dele permitiu recuperar R$ 5,2 milhões. O juiz considerou a colaboração relevante, mas “limitada”, pois “não contribuiu em elucidar qualquer fato relativo à movimentação das contas ou quaisquer dos crimes praticados no âmbito do escritório de lavagem de Alberto Youssef”.
A pena de João Procópio ficou em dois anos e seis meses e foi substituida por pagamento de multa e prestação de serviços comunitários. Ele deverá prestar serviços comunitários uma hora por dia, durante todo o período da pena, e doar 50 salários mínimos (R$ 47.700,00) a uma entidade assistencial, a ser indicada pelo juízo de execução.
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Youssef, solto em 2016, foi acusado de atuar como líder de uma quadrilha que desviou dinheiro do já falido Banco do Estado do Paraná (Banestado). Foi apontado como o homem que ajudou a lavar os recursos ilegais, cuja fraude chegou a US$ 28 bilhões.