Justiça suspende decisão que barrou captação pública de festival de jazz antifascista

O Festival antifascista de Jazz do Capão poderá ter captação pública, decide o Judiciário.
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Justiça decide sobre festival antifascista

Justiça Federal da Bahia determinou na manhã desta quarta (18) a suspensão de uma decisão do governo Bolsonaro que barrou a captação de verba pública pelo Festival de Jazz do Capão com um parecer técnico que cita Deus e outras referências religiosas.
Parecer, elaborado pela Funarte, a Fundação Nacional de Artes, apontou uma publicação no Facebook do festival que o descrevia como “antifascista e pela democracia” como um dos motivos para impedi-lo de captar recursos via Lei Rouanet. “O objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”, dizia o início do parecer técnico, parafraseando o compositor Johann Sebastian Bach.
Com isso, a Funarte precisará reanalisar o pedido de captação imediatamente. O juiz Eduardo Gomes Carqueija, que assina a decisão, afirma que o primeiro parecer, elaborado por um assessor técnico que foi exonerado, violou o princípio da impessoalidade. “Cabe à arte uma função disruptiva, o que eventualmente causa incômodo, repulsa e revolta”, escreveu o magistrado. “[Mas] há de se respeitar a impessoalidade que é própria das manifestações de Estado, sem se confundir com os anseios do governo instalado”.
Ação foi ajuizada por deputados de oposição que acompanham a gestão cultural de Bolsonaro, entregue ao ator Mario Frias, ex-galã teen de “Malhação”, e a um ex-policial militar que, mesmo sem experiência com cultura, comanda quase que exclusivamente a captação de recursos via Lei Rouanet. Decisão é vitória do antifascismo.
Com informações da Folha de S.Paulo.