Lava Jato segue o exemplo do aliado Bolsonaro e ataca STF e Congresso
DO ESTADÃO
Ao apresentar balanço de R$ 4 bilhões devolvidos aos cofres públicos, e mais de dois mil anos em condenações, a força-tarefa da Operação Lava Jato criticou o Supremo Tribunal Federal e o Congresso por decisões, que segundo os procuradores, inibiram investigações e abrandaram punições contra investigados e condenados.
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A força-tarefa elencou decisões do STF e do Legislativo que estariam enfraquecendo a maior operação já deflagrada no País contra a corrupção. Entre elas, a aprovação da ‘Lei de Abuso de Autoridade que, por exemplo, começou a valer em janeiro e tende a inibir o dever de investigar, processar e julgar autores de crimes de poder’.
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O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato no Paraná, diz que ‘os números recordes divulgados hoje (terça, 10) demonstram que o Ministério Público, a Polícia e a Receita Federal, assim como a Justiça Federal, vêm cumprindo seu dever na operação Lava Jato’.
“Contudo, observam-se mudanças que tornam cada vez mais difícil combater a corrupção”, afirma Deltan. “Para reduzir a corrupção política brasileira, é preciso que haja um esforço conjunto do Congresso em mudar leis, do Supremo em priorizar o trabalho contra a corrupção e do cidadão em exercer seu voto de forma consciente, algo que é preciso bom enfatizar em ano de eleições.”