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Léo Índio, sobrinho de Bolsonaro, atua para vender simulador de tiro ao governo

Léu Índio, sobrinho de Bolsonaro
Léu Índio e Bolsonaro
Foto: Reprodução

Representantes de uma empresa argentina que fabrica simuladores de tiro procuraram Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), para tentar fazer vendas para o governo federal, segundo a coluna de Rodrigo Rangel, no Metrópoles.

De acordo com a coluna, o grupo Davnar, com sede em Buenos Aires, tentava vender os simuladores a órgãos oficiais já havia algum tempo, mas não tinham conseguido nenhum contrato. Até que, entre o fim de 2020 e o início de 2021, Rafael Moreno de Almeida, também conhecido como Rafael Guerra, se interessou pelo produto. Ele é ex-agente penitenciário em Minas Gerais e sócio de uma empresa de segurança.

Segundo o Metrópoles, o ex-agente penitenciário além de amigo de Léo Índio, já conhecia os produtos da Davnar e apresentou Índio a empresa. Através de seu contato com a família de Jair Bolsonaro, Índio ajudou a abrir portas para a empresa.

Em agosto do ano passado, um representante da empresa foi até a sede do 2º Batalhão de Polícia do Exército, em Osasco, São Paulo, para apresentar os produtos. Uma sessão de tiros experimental com o equipamento chegou a ser autorizara dentro do quartel. Em Brasília, o produto foi exibido para a Polícia Federal e para a Polícia Rodoviária Federal.

A coluna afirma que Guerra negou no primeiro momento a conexão com Davnar para mais tarde revelar que planejava adquirir os equipamentos para negócios próprios, e levou Índio para testá-los. Os custos, que variam entre R$70 mil e R$ 2 milhões, foram o que desencorajou o ex-agente.

Natália Cazarini, uma das responsáveis da área comercial da Davnar, negou que tenha recorrido a Guerra e a Léo Índio para facilitar a venda dos simuladores ao governo. Juan Molnar, o dono da empresa, disse que, por orientação de sua área jurídica, só poderia falar a partir de um “pedido formal” dos repórteres, de acordo com o Metrópoles.

O Centro de Comunicação Social do Exército declarou, em nota, na tarde desta terça que “a aquisição de simuladores, assim como as demais aquisições do Exército Brasileiro, é regulada pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021)” e que “militares do 2º Batalhão de Polícia do Exército (2º BPE) testaram, de forma gratuita, simulador da empresa em questão”, mas que “não há intenção, planejamento ou orçamento destinado à aquisição do equipamento”.

A Polícia Federal disse que oficiais do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da corporação, conheceram o simulador durante um congresso realizado em Santa Catarina em dezembro de 2021 e que a empresa se dispôs a fazer uma apresentação em Brasília. A PF negou que familiares do presidente tenham intercedido em favor da empresa.

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