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Lira usou PDT de Ciro como boi de piranha na votação da PEC do Calote

Arthur Lira na Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira.
Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Do Estadão

Em busca de apoio para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios, o presidente Jair Bolsonaro decidiu abrir o cofre e acelerou a liberação de dinheiro a deputados na véspera da votação, ocorrida na madrugada de ontem.

Desde a semana passada, quando o texto chegou ao plenário da Câmara, o governo empenhou R$ 1,2 bilhão das chamadas emendas de relator-geral — o mecanismo do orçamento secreto. Segundo relatos feitos ao Estadão, o valor oferecido por interlocutores do Palácio do Planalto pelo voto de cada parlamentar foi de até R$ 15 milhões. Quem coordenou as negociações foi o próprio presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL).

A PEC foi aprovada em primeiro turno na madrugada de ontem com uma margem estreita — 312 a 144, apenas quatro votos acima dos 308 necessários. Partidos que se colocam como oposição e que pretendem lançar candidatos contra Bolsonaro em 2022 racharam, como o PSDB, o PDT, o MDB e o Podemos. Parlamentares dessas siglas, que já haviam sido contemplados com recursos do orçamento secreto, deram 52 votos a favor da medida e ajudaram na vitória do governo.

“Colegas nossos de bancada comentaram que era esse valor, de R$ 15 milhões (para quem votasse a favor da PEC)”, afirmou ao Estadão o deputado Celso Maldaner (MDB-SC), que votou contra e disse não ter recebido nada. (…)

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Arthur Lira (PP) trabalhou pesado para a PEC dos Precatórios ser aprovada em primeiro turno. O presidente da Câmara teria prometido a liberação de até R$ 15 milhões em recursos aos deputados. Para isso ocorrer, os parlamentares precisavam votar “sim” pelo projeto.

De acordo com informações da coluna Malu Gaspar, do jornal O Globo, dois deputados relataram detalhes das negociações. Lira teria feito a oferta milionária no Salão Verde para conquistar apoio. A PEC foi aprovada por 312 votos, quatro a mais que o necessário.

Porém, os deputados podem não ver as emendas. Isto porque o presidente da Câmara não tem entregue o dinheiro aos parlamentares com velocidade. Lira tem em mãos R$ 5 bilhões dos R$ 11,5 bi disponíveis.

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