Lira quer agradar empresários tentando autorizar compra privada de vacinas
A iniciativa de Arthur Lira (PP-AL) de autorizar o setor privado a comprar vacinas contra a covid-19 sem a necessidade de doar as doses ao Programa Nacional de Imunização está sendo interpretada no Congresso como uma tentativa do presidente da Câmara de responder politicamente às pressões do setor privado. Em termos práticos, porém, a proposta, ao menos por ora, é vista com ceticismo: praticamente não há imunizantes disponíveis no mercado e os principais laboratórios têm preferido negociar diretamente com os governos.
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Com o aceno aos empresários, Lira estaria buscando ganhar tempo para, novamente, ver se o Ministério da Saúde consegue, de uma vez por todas, desenrolar a vacinação em massa dos brasileiros.
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O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), afirma: “No início da pandemia, não havia máscara suficiente, mas depois a produção aumentou. Daqui a pouco vamos ter vacinas para todos”.
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“Minha preocupação inicial era a iniciativa privada concorrendo com o governo, mas acho que, em perspectiva, vai ter vacina. Quanto mais gente vacinada, melhor”, diz Ramos.
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A repercussão imediata da proposta não animou congressistas. Os contrários avaliam que a ideia está sendo interpretada como tentativa de criar “fila dupla” e de “ampliar privilégios”, justamente em momento ruim para a Câmara.
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A discussão sobre a maior participação da iniciativa privada na imunização foi apresentada na primeira reunião do comitê formado por representantes dos três Poderes para enfrentar a pandemia e deve ser votada em breve.
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