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Livro de Hasselmann escrito por ghostwriter é alvo de processo por fraude

Deputada Joice Hasselmann, do PSL. FOTO: Valter Campanato/ABr

Da CartaCapital

Uma das deputadas mais votadas nas últimas eleições, Joice Hasselmann, filiada ao PSL de Jair Bolsonaro, responde a mais um processo por fraude. A jornalista tem um longo histórico de acusações por plágio. Desta vez, por causa de um processo movido por um dos personagens citados no livro “Delatores”, soube-se que o “livro-reportagem” assinado por ela na verdade foi apurado e escrito por outro repórter.

Ou seja, Hasselmann assina uma obra baseada em coleta de dados e análise de documentação que não passou por seu crivo. “Delatores” trata de um tema delicadíssimo, com implicações judiciais: as informações prestados por colaboradores premiados no âmbito da Operação Lava Jato.

A história veio à tona em decorrência de um processo movido contra Hasselmann por Hermes Freitas Magnus, um dos delatores citados no livro. Magnus, empresário que denunciou um esquema do falecido deputado José Janene na Petrobras, reclama de “inverdades” contidas no livro.

Na ação judicial, o empresário apresenta documentos que mostram como as tratativas sobre o material publicado se deram entre ele e o escritor contratado, que teria tentado fazer com que Hasselmann corrigisse as informações imperfeitas antes da publicação, sem sucesso.

A deputada eleita nega  as acusações e garante que apurou as informações e escreveu a obra sem auxílio de ninguém. “Meu livro é meu. Não tem nada de ‘ghost’. Isso é pilantragem”. Magnus, afirma, é um “aproveitador em busca de holofotes e dinheiro.”

O jornalista apontado como ghostwriter disse a CartaCapital que, por força de contrato de confidencialidade, não irá se pronunciar sobre o tema. A editora não respondeu às ligações até a publicação desta reportagem.

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